domingo, 22 de março de 2009

Lada Niva

Yo! Anteontem foi um dia conturbado, nem postei nada. Alguns reparos de marcenaria e elétricos pra fazer em casa, além do dentista. Bom, mas o que atrasou tudo mesmo não foi nada disso. Foi que, na saída do dentista, eu resolvi voltar à pé pra casa (uns 2Km). E aí... no caminho encontrei um NIVA branco impecável!


Olhando em redor para ver se identificava algum possível dono, achei que o único lugar em que ele poderia estar era no antiquário que há do outro lado da rua. E de fato, lá estava o seu condutor. Como vim a saber depois, o jipe não pertencia a ele, era de uma amiga que o havia pedido para revisar e fazer uma manutenção. Desnecesária, quase, já que ela (a dona) não o utilizava quase, e mesmo sendo ele de 95, tem apenas 5.000Km rodados(!!!).

Aproveitando o embalo, eu faço o post de hoje sobre esse camarada russo. Vejam o que a revista 4Rodas disse a respeito dele em
Maio de 1992:

"Um jipe por excelência. É assim que o Niva deve ser encarado. (...) Um bom exemplo é a suspensão dianteira independente, que deixa um bom vão livre até o solo, e a tração integral permanente com diferencial central e bloqueio, para vencer qualquer tipo de terreno. (...) Na pista, contudo, uma constatação óbvia: o Niva não gosta de asfalto. Seu consumo é muito alto para um motor 1.6 (6,4 km/l na cidade). O nível de ruído chega a ser ensurdecedor, superando os 80 decibéis."

Justamente por ter lido isso antes, resolvi perguntar a ele sobre o consumo e o ruído interno. Ele me disse que de fato, por estar com pneu lameiro (com grandes saliências) o barulho dele no asfalto é muito alto, parecendo uma turbina, mas que é legal. Por outro lado, na estrada de terra o barulho dos pneus praticamente desaparece, e que o ruído do motor não chega a ser muito mais alto que de outros jipes (ele já andou muito de Toyota Bandeirante).

Em relação ao consumo, esse exemplar que ele dirigia era à gasolina, e era bem gastador, mas ainda segundo ele, estava dentro da média para jipes. A razão para o alto consumo é principalmente a tração 4x4 integal, ou seja, mesmo no asfalto ela está ativa. Perguntei a ele se isso não deixava o carro mais "duro" e com dificuldades de aceleração e retomada. Ele me disse que sem dúvida é um carro duro, mas que essa dureza se aplica muito mais à suspensão e conforto interno que à dirigibilidade. Ele não tem problemas para acelerar, claro que não faz 0-100 em 5 segundos, mas não é "preso". O que ele me disse ser realmente duro, fora o conforto, é a direção, que é muito curta, e por isso é pesada em baixas velocidades. Por outro lado, isso dá uma resposta muito rápida em curvas, e uma manobralidade melhor.

Para melhorar essa dureza da direção há (ou hove, melhor dizendo) uma versão do niva com uma barra de direção estendida, que era a versão que foi exportada para a França. Essa direção é muito mais macia. Se o seu problema é braço fraco, procure por ela.

Vejamos o que diz a 4Rodas agora:

"Motor - Verifique se na ponta do escapamento não há uma borra - sinal de que anéis ou retentores de válvulas estão com problemas. Barulhos metálicos na parte superior ou inferior do motor indicam em geral avarias no cabeçote e mancais do virabrequim, respectivamente.

Acabamento - A Lada fabricava quase tudo em seus carros e não adquiria peças de fornecedores, como fazem as montadoras. O resultado é uma série de problemas de qualidade em relação à montagem e às próprias peças. Olho vivo em rachaduras e defeitos no painel, componentes do sistema de ventilação e forrações.

Transmissão - Verifique se a reduzida funciona e se a tração 4x4 está em ordem. Um teste prático: encoste o Niva de frente no meio-fio da calçada e engate a primeira mais a reduzida. O carro precisa subir sem trancos ou vibrações.

Corrosão - Faça um exame cuidadoso nas caixas de ar (sob as portas) e extremidades dos pára-lamas dianteiros e traseiros, além do assoalho em geral. Procure marcas de solda ou pintura em mau estado nesses locais. O uso de um ímã ajuda a denunciar porções fartas de massa plástica.

Caixa de câmbio - Em movimento, engate a quarta marcha em baixa velocidade e reacelere. O Niva deve retomar velocidade sem trancos e vibrações exageradas. Depois, com o carro parado mas motor ligado, coloque a reduzida na posição neutra e engate - sem usar a embreagem - todas as marchas, que devem entrar sem esforço."

Uma dica/lista para quem tem medo de compará-lo por falta de peças:

Fiat 147: filtro de óleo, bomba de gasolina, fusíveis, hidrovácuo, cilindro-mestre e válvula equalizadora do freio, carburador, maçaneta de porta, máquina e maçaneta de abertura de vidro, guarnição da tampa traseira.
Opala: amortecedores e molas dianteiros
Pampa: amortecedores traseiros
Passat: cabo de velocímetro, guarnição do pára-brisa, descansa-braço
Fiat Uno: palheta do limpador traseiro
Corcel II: molas traseiras e quebra-sol
Motores VW AP: correia do alternador, retentores de válvulas
Tempra: alternador
Santana: motor de arranque
Chevette: faróis (até 1980)

Para terminar, cito novamente a 4Rodas, mas agora o que está hoje no site:

"É um modelo valente no fora-de-estrada, que encara as piores trilhas melhor que muito utilitário moderno que há por aí - graças a entreeixos curto, rodas aro 16, tração nas quatro rodas com reduzida e bloqueio de diferencial central. Mas vai ter que se acostumar com o barulho excessivo e o alto consumo - menos de 8 km/litro. Antes de desistir, pense que se fosse um jipe Willys seria o mesmo consumo, nível de ruído pior, pouquíssimo conforto e nenhuma proteção contra a chuva."


E um videozinho dele em ação na neve. Reparem na altura da neve e no fato do Niva estar
SEM CORRENTES!


E um comercial da Lada, para quem duvida da aceleração e força:
E VIVA A MÃE RÚSSIA!

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